Paróquia de Nossa Senhora do Desterro - Ipojuca/PE

Paróquia de Nossa Senhora do Desterro - Porto de Galinhas - Ipojuca - PERNAMBUCO - BRASIL - Pároco: Padre Djanilson Pereira - Secretaria Paroquial: (0xx81) 3552-2132

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

UM POUCO DA HISTÓRIA DA NOSSA COMUNIDADE

Antes de iniciarmos já falando sobre a elevação da Capela à categoria de Paróquia, vamos voltar um pouco ao passado para entendermos como tudo começou?



ORIGEM DA VILA

No início da década de 1970, Porto de Galinhas apresentava um núcleo urbano incipiente, com cerca de 200 moradores. Era considerado um local deserto, de ambiência rural, com cobertura vegetal quase intocada, repleta de coqueiros e poucas edificações, com fazendas de cocho e 22 residências, sendo a maioria construída em taipa, madeira e coberta de palha e, todas concentrada na via principal da vila, hoje rua da Esperança.
O acesso ao local era precário, realizado por uma estreita estrada de terra e palhas de coqueiros(Rua Esperança) dentro da Fazenda Merepe. A falta de energia elétrica dificultava o acesso e a comunicação e não existia saneamento básico nem ambiental, sendo necessária a instalação de poços artesianos e fossas sépticas (SITE PORTO DE GALINHAS, 2011). Sua base econômica consiste nas atividades ligadas ao setor primário: pesca e agricultura (predominante a exploração do coco).
Com a implantação do PROÁLCOOL em 1975, ocorre a crise açucareira em diversos locais que se baseavam nesta atividade, resultando, em Ipojuca, no desemprego da sua população e na invasão dos terrenos da praia de Porto de Galinhas (CPRH, 1999). Neste período, também estava sendo definida a área para a instalação do Porto de Suape, nos limites da Fazenda Cupe e Praia de Gambôa, possibilitando a desapropriação destes locais pelo poder público. Por estes motivos e pela necessidade de ocupação do território de Porto de Galinhas, em setembro de 1975, a Carvalheira Incorporações e a Ampla, por meio de Mário Jorge, então proprietário da área, dividiu-a em lotes, distribuindo-as as famílias de classe média e alta da região metropolitana de Recife, provocando a derrubada dos coqueiros, das antigas fazendas de côco, no período de 1977 e 1980, para a construção de casas de veraneio.


Nesse sentido, iniciam-se a expansão urbana e a nova organização no território de Porto de Galinhas e, de forma precária, a atividade turística no local, por meio da atividade de veraneio, com o surgimento dos Loteamentos do Recanto Porto de Galinhas I (24 de março de 1977e Merepe I, II e III, desmembrados da Fazenda Merepe, pertencente à Família Uchôa e autorizado pelo Prefeito de Ipojuca Jaime Agostinho, sancionando a Lei nº 705, tornando-os uma zona urbana e de turismo.
Este fato também impulsiona a implantação de estabelecimentos comerciais, como a Pousada Benedita (1977), a Barraca de D. Biu e as Peixadas do Braz e de Laércio, atendendo aos veranistas que freqüentavam o local (BARROS JÚNIOR, 2002). Além disso, houve o investimento em infra-estrutura local, a partir da construção, pelos arquitetos Jerônimo Cunha Lima e Carlos Fernando Pontual, contratados por Mário Jorge, de ruas com 30 metros, praças de 60m x 60m e terrenos de 15m x 45m (MENDONÇA, op. cit.). Aos moradores da Vila foram reservadas as áreas mais afastadas da praia, deslocando-se para casas de alvenaria.

A COMUNIDADE E DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DO DESTERRO

Rua da Esperança (local da Capela Nossa Senhora do desterro)

De acordo com relato de moradores antigo da vila, tudo começou no final da década de cinquenta para início  da década de sessenta, com oração diária do Santo Terço, onde adultos sentados em banquinhos e crianças sentados em esteiras arrodeavam e encantavam as noites do quintal de uma pequenina casa, local atualmente onde está a Capela de Nossa Senhora do Desterro, para juntos fazerem a recitação do Terço de Nossa Senhora, já então venerada a Nossa Senhora do Desterro, pequenina imagem iluminada à luz de candeeiros e velas. A devoção à Nossa Senhora do Egito evoca aquela Maria migrante, que viveu o exílio da pátria em busca de vida para si e para sua família. A identificação do seu drama com aquele das famílias cristãs exiladas e ou migrantes ao longo dos séculos sempre foi muito atual, por este motivo se tornou padroeira dessas populações em todos os países do mundo. Ponto curioso é que por ser uma região de engenhos e fazendas, não havia ainda a exploração pesqueira, e nesta época a devoção era para Santo Antônio, comemorando com pompa na casa da família Albuquerque.
Diante da movimentação popular e a proximidade com Ipojuca, a então Capela passa a ser administrada pelos Franciscanos, que com a doação popular a pequenina casa toma forma de uma Capela, sendo pintada de azul com uma cruz central, onde foi aproveitado os pequenos bancos já utilizados na recitação do terço. Ali passou a continuar com orações diárias e missas quinzenais e a comunidade com a direção espiritual dos franciscanos começaram a ser organizar e empenhar mais nos trabalhos de doação, e em 1980 foi erguido a atual capela de Nossa Senhora do Desterro, ocasião em que a comunidade já vivia das pescas e a vila ficou mais povoada e devido a presença de uma pequena imagem de São Pedro, em local de atendimento médico, próximo a estacionamento dos barcos de pescadores, começou a devoção a São Pedro, atual Co-padroeiro da Vila de Porto de Galinhas.
A Capela ficou sob a administração dos Franciscanos até 2005, momento que ocorreu a Ereção Canônica da atual Paróquia de Nossa Senhora do Ó. Neste período através da administração atual, a Capela passou por uma grande reforma na sua estrutura física, adquirindo caracteres arquitetônicos modernos e sendo climatizada, promovendo assim, melhor espaço de acomodação celebrativo e conforto.
Devido a característica turística da vila de Porto de Galinhas, a Capela tem uma visitação diária em média de 200 (duzentas) pessoas, durante os dias da semana em baixa temporada, já nos finais de semana e em alta temporada este número duplica, tornando a Capela de Nossa Senhora do desterro referência do mundo inteiro.
De 1970 a 1989, quando se baseava na pesca, Porto de Galinhas era rústica e apresentava características de área rural, ausência de serviços básicos e pouco urbanizada, comum nas localidades que se baseavam nas atividades de extração de côco e pesca. O crescimento do turismo intensificou as mudanças urbanas e socioeconômicas da Vila, com a diminuição e a substituição das atividades econômicas anteriores e o enfoque no turismo, tornando-se um local totalmente urbano e, sobretudo, comercial, por meio do surgimento e do aumento no número de meios de hospedagens e estabelecimentos comerciais em Porto de Galinhas, voltados principalmente para atender à nova demanda e às necessidades. Dando assim, surgimento a segregação sócio-espacial com parte dos residentes antigos da Vila, “empurrados” para as áreas periféricas a partir da implantação da atividade turística, como é o caso das comunidades de Socó, Salinas e Pantanal. A simples e rústica vila de pescadores, em cerca de 40 anos, transformou-se em um dos pontos turísticos mais conhecidos de Pernambuco, com alterações que, muitas vezes, sequer faz lembrar os seus traços de um passado recente. Crescer e expandir não significa desenvolver.  E a grande maioria da população local está localizada justamente nessa parte mais afastada do centro da Vila de Porto.
            Fato este gerador, da expansão demográfica de Igrejas Evangélicas e “desigrejados”, que circulam estas localidades, proveniente da razão de que nesta região de periferia, verifica-se a ausência do estado e da Igreja Católica, levando os pentecostais a atuarem como guias espirituais e como figuras centrais do assistencialismo. “As evangélicas pegaram fieis onde a Igreja Católica não tinha se preparado para arregimentar a nova população, e adaptaram a mensagem para diversos públicos”, diz Eustáquio Diniz.
De acordo com o documento 100 da CNBB “A Igreja é chamada a reconhecer os “sinais dos tempos”, o Concílio Vaticano II destacou a pastoral e ação evangelizadora da Igreja para que seja sinal de Cristo no mundo”.

 OBJETIVO GERAL

Evangelizar para que todos tenham vida (Jo 10,10), 
rumo ao Reino definitivo”.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS


·         Promover uma ação pastoral e evangelizadora adaptada à realidade social, cultural e religiosa da comunidade de Porto de Galinhas
·     Estabelecer e diagnosticar os limites das práticas atuais em vista de uma ousadia missionária que atenda aos novos contextos
·         Realizar cursos e encontros formativos e celebrativo
·         Elaborar e realizar projetos, serviços e ações comuns
·         Criar espaço celebrativo itinerantes dentro da comunidade
·   Participar diretamente da vida da comunidade com a promoção dos agentes educacionais da fé
·         Estabelecer metas em prol da proliferação da fé católica no seio da comunidade em toda sua extensão
·         Fomentar a implantação da cultura voltada para a ação social da igreja.
·       Capacitar pessoas comprometidas em assumir os trabalhos pastorais e catequéticos, levando em consideração a realidade eclesial, sócio-política, a Palavra de Deus, e os documentos da Igreja
·         Acompanhar e ser presença significativa na evangelização dos visitantes e turistas
·         Incentivar e edificara construção de capelas nas periferias de Porto
·     Motivar os jovens para que assumam seu protagonismo como discípulos missionários na igreja e na sociedade
·         Implantar e fomentar a pastoral familiar
·           Elaborar um projeto de formação sistemática
      Criar e fomentar o espírito de participação e comunhão como testemunho de unidade
·         Articular as comunidades para que enfrentem os problemas e conflito
sociais através das pastorais sociais junto aos menos favorecidos e pequeno.
Com base nessas informações e motivados por estes objetivos específicos acima, elaboramos documento e em dezembro/2015 enviamos à Arquidiocese de Olinda e Recife, pleiteando que a nossa Capela fosse erigida à condição de Paróquia.
O nosso Arcebispo acolheu o nosso pleito e desde então temos trabalhado árdua e incansavelmente para o tão sonhado dia, que foi o 16 deste mês de fevereiro, escolhido como a data da Ereção da nova Paróquia de Porto de Galinhas e a posse do primeiro Pároco Pe. Djanilson Pereira da Silva.
Os detalhes da Concelebração Eucarística, fotos e demais registros, faremos na publicação seguinte.

Deus seja louvado e que Ele nos abençoe.

PASCOM
Paróquia de Nossa Senhora do Desterro


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