Antes de iniciarmos já falando sobre a elevação da Capela à categoria de Paróquia, vamos voltar um pouco ao passado para entendermos como tudo começou?
ORIGEM
DA VILA
No início da década de 1970, Porto de Galinhas
apresentava um núcleo urbano incipiente, com cerca de 200 moradores. Era
considerado um local deserto, de ambiência rural, com cobertura vegetal quase
intocada, repleta de coqueiros e poucas edificações, com fazendas de cocho e 22
residências, sendo a maioria construída em taipa, madeira e coberta de palha e,
todas concentrada na via principal da vila, hoje rua da Esperança.
O acesso ao local era precário, realizado por uma
estreita estrada de terra e palhas de coqueiros(Rua Esperança) dentro da
Fazenda Merepe. A falta de energia elétrica dificultava o acesso e a comunicação
e não existia saneamento básico nem ambiental, sendo necessária a instalação de
poços artesianos e fossas sépticas (SITE PORTO DE GALINHAS, 2011). Sua base
econômica consiste nas atividades ligadas ao setor primário: pesca e
agricultura (predominante a exploração do coco).
Com a implantação do PROÁLCOOL em 1975, ocorre a crise
açucareira em diversos locais que se baseavam nesta atividade, resultando, em
Ipojuca, no desemprego da sua população e na invasão dos terrenos da praia de
Porto de Galinhas (CPRH, 1999). Neste período, também estava sendo definida a
área para a instalação do Porto de Suape, nos limites da Fazenda Cupe e Praia
de Gambôa, possibilitando a desapropriação destes locais pelo poder público. Por
estes motivos e pela necessidade de ocupação do território de Porto de
Galinhas, em setembro de 1975, a Carvalheira Incorporações e a Ampla, por meio
de Mário Jorge, então proprietário da área, dividiu-a em lotes, distribuindo-as
as famílias de classe média e alta da região metropolitana de Recife,
provocando a derrubada dos coqueiros, das antigas fazendas de côco, no período
de 1977 e 1980, para a construção de casas de veraneio.
Este
fato também impulsiona a implantação de estabelecimentos comerciais, como a
Pousada Benedita (1977), a Barraca de D. Biu e as Peixadas do Braz e de
Laércio, atendendo aos veranistas que freqüentavam o local (BARROS JÚNIOR,
2002). Além disso, houve o investimento em infra-estrutura local, a partir da
construção, pelos arquitetos Jerônimo Cunha Lima e Carlos Fernando Pontual,
contratados por Mário Jorge, de ruas com 30 metros, praças de 60m x 60m e
terrenos de 15m x 45m (MENDONÇA, op. cit.). Aos moradores da Vila
foram reservadas as áreas mais afastadas da praia, deslocando-se para casas de
alvenaria.
A
COMUNIDADE E DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DO DESTERRO
Rua
da Esperança (local da Capela Nossa Senhora do desterro)
De acordo com relato de moradores antigo da
vila, tudo começou no final da década de cinquenta para início da década de sessenta, com oração diária do
Santo Terço, onde adultos sentados em banquinhos e crianças sentados em
esteiras arrodeavam e encantavam as noites do quintal de uma pequenina casa,
local atualmente onde está a Capela de Nossa Senhora do Desterro, para juntos
fazerem a recitação do Terço de Nossa Senhora, já então venerada a Nossa
Senhora do Desterro, pequenina imagem iluminada à luz de candeeiros e velas. A devoção à Nossa Senhora do Egito evoca aquela Maria
migrante, que viveu o exílio da pátria em busca de vida para si e para sua
família. A identificação do seu drama com aquele das famílias cristãs exiladas
e ou migrantes ao longo dos séculos sempre foi muito atual, por este motivo se
tornou padroeira dessas populações em todos os países do mundo. Ponto curioso é que por ser uma região
de engenhos e fazendas, não havia ainda a exploração pesqueira, e nesta época a
devoção era para Santo Antônio, comemorando com pompa na casa da família
Albuquerque.
Diante da movimentação popular e a proximidade com
Ipojuca, a então Capela passa a ser administrada pelos Franciscanos, que com a
doação popular a pequenina casa toma forma de uma Capela, sendo pintada de azul
com uma cruz central, onde foi aproveitado os pequenos bancos já utilizados na
recitação do terço. Ali passou a continuar com orações diárias e missas
quinzenais e a comunidade com a direção espiritual dos franciscanos começaram a
ser organizar e empenhar mais nos trabalhos de doação, e em 1980 foi erguido a
atual capela de Nossa Senhora do Desterro, ocasião em que a comunidade já vivia
das pescas e a vila ficou mais povoada e devido a presença de uma pequena
imagem de São Pedro, em local de atendimento médico, próximo a estacionamento
dos barcos de pescadores, começou a devoção a São Pedro, atual Co-padroeiro da
Vila de Porto de Galinhas.
A Capela ficou sob a administração dos Franciscanos
até 2005, momento que ocorreu a Ereção Canônica da atual Paróquia de Nossa
Senhora do Ó. Neste período através da administração atual, a Capela passou por
uma grande reforma na sua estrutura física, adquirindo caracteres
arquitetônicos modernos e sendo climatizada, promovendo assim, melhor espaço de
acomodação celebrativo e conforto.
Devido a característica turística da vila de Porto
de Galinhas, a Capela tem uma visitação diária em média de 200 (duzentas) pessoas, durante os dias da semana em baixa temporada, já nos finais de semana e em alta
temporada este número duplica, tornando a Capela de Nossa Senhora do desterro
referência do mundo inteiro.
Fato
este gerador, da expansão demográfica de Igrejas Evangélicas e “desigrejados”,
que circulam estas localidades, proveniente da razão de que nesta região de periferia, verifica-se a ausência do estado e da
Igreja Católica, levando os pentecostais a atuarem como guias espirituais e
como figuras centrais do assistencialismo. “As evangélicas pegaram fieis onde a
Igreja Católica não tinha se preparado para arregimentar a nova população, e
adaptaram a mensagem para diversos públicos”, diz Eustáquio Diniz.
De acordo com o documento 100 da CNBB “A
Igreja é chamada a reconhecer os “sinais dos tempos”, o Concílio Vaticano II
destacou a pastoral e ação evangelizadora da Igreja para que seja sinal de
Cristo no mundo”.
“Evangelizar
para que todos tenham vida (Jo 10,10),
rumo ao Reino definitivo”.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
·
Promover uma ação pastoral e evangelizadora
adaptada à realidade social, cultural e religiosa da comunidade de Porto de
Galinhas
· Estabelecer e diagnosticar os limites das práticas
atuais em vista de uma ousadia missionária que atenda aos novos contextos
·
Realizar cursos e encontros formativos e
celebrativo
·
Elaborar e realizar projetos, serviços e ações
comuns
·
Criar espaço celebrativo itinerantes dentro da
comunidade
· Participar diretamente da vida da comunidade com a
promoção dos agentes educacionais da fé
·
Estabelecer metas em prol da proliferação da fé
católica no seio da comunidade em toda sua extensão
·
Fomentar a implantação da cultura voltada para a
ação social da igreja.
· Capacitar pessoas comprometidas em assumir os
trabalhos pastorais e catequéticos, levando em consideração a realidade
eclesial, sócio-política, a Palavra de Deus, e os documentos da Igreja
·
Acompanhar e ser presença significativa na
evangelização dos visitantes e turistas
·
Incentivar e edificara construção de capelas nas
periferias de Porto
· Motivar os jovens para que assumam seu protagonismo
como discípulos missionários na igreja e na sociedade
·
Implantar e fomentar a pastoral familiar
·
Elaborar um projeto de formação sistemática
Criar e
fomentar o espírito de participação e comunhão como testemunho de unidade
·
Articular as comunidades para que enfrentem os
problemas e conflito
sociais
através das pastorais sociais junto aos menos favorecidos e pequeno.
|
Com base nessas informações e motivados por estes objetivos específicos acima, elaboramos documento e em dezembro/2015 enviamos à Arquidiocese de Olinda e Recife, pleiteando que a nossa Capela fosse erigida à condição de Paróquia.
O nosso Arcebispo acolheu o nosso pleito e desde então temos trabalhado árdua e incansavelmente para o tão sonhado dia, que foi o 16 deste mês de fevereiro, escolhido como a data da Ereção da nova Paróquia de Porto de Galinhas e a posse do primeiro Pároco Pe. Djanilson Pereira da Silva.
Os detalhes da Concelebração Eucarística, fotos e demais registros, faremos na publicação seguinte.
Deus seja louvado e que Ele nos abençoe.
PASCOM
Paróquia de Nossa Senhora do Desterro
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