Aproveitando essa temática da construção pela qual nossa capela irá passar, baseamo-nos num texto interessante escrito pelo Gabriel Chalita (Professor, Escritor e apresentador da TV Canção Nova) onde ele citava uma das pregações do Pe. Jonas Abib. Como artesão das palavras, esse fundador da Canção Nova ia descendo às minúcias do que é o transtorno e do que é a construção.
Causamos transtornos na vida de muitas pessoas, porque somos pecadores, imperfeitos. Nas esquinas da vida, pronunciamos palavras inadequadas, falamos sem necessidade, incomodamos. Nas relações mais próximas, agredimos sem intenção ou intencionalmente. Mas agredimos. Não respeitamos o tempo do outro, a história do outro. Parece que o mundo gira em torno dos nossos desejos e o outro é apenas um detalhe. E, assim, vamos causando transtornos.
Esses transtornos tantos mostram que não estamos prontos, mas em construção. Tijolo a tijolo, o templo da nossa história vai ganhando forma. Em alguns momentos, não somos capazes de compreender o tamanho da dor. Em outros, a edificação parece mais leve, o amor alivia o árduo trabalho. E assim é a nossa vida.
O outro, o meu irmão, também está em construção e também causa transtornos. E, às vezes, um tijolo cai e me machuca. Outras vezes, é o cal ou o cimento que suja o meu rosto. E quando não é um, é outro. E o tempo todo eu tenho de me limpar e cuidar das feridas, assim como os outros que convivem comigo também têm de fazer. Os erros dos outros, os meus erros. Os meus erros, os erros dos outros.
Conclusão: todas as pessoas erram. A partir dessa conclusão, chegamos a uma necessidade humana e cristã: o perdão.
Perdoar é cuidar das feridas e sujeiras. É compreender que os transtornos são muitas vezes involuntários. Que os erros dos outros são semelhantes aos meus erros e que como caminhantes de uma jornada é preciso olhar adiante. Se nos preocuparmos com o que passou, com a poeira, com o tijolo caído, o horizonte deixará de ser contemplado. E será um desperdício.
Portanto, meu irmão, se eu errei, se eu o magoei, se eu o julguei mal, desculpe-me por todos esses transtornos... ESTOU EM CONSTRUÇÃO!

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